sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O novo calendário do Futebol Brasileiro

Nesta época de Gauchão, muito se discute sobre a participação dos grandes clubes gaúchos nesta disputa. Creio que o Gauchão terminou para o Inter, e quanto antes sairmos desta barca, melhor.

Mas aí vem a questão, como seria um calendário mais adequado e realizável para o Inter, e por contra-partida para nosso tradicional rival gaúcho ? Aqui vai minha sugestão.

O Calendário total no futebol deve compreender 11 meses. Retirando mais um mês de pré-temporada, ficamos com 10 meses de torneios oficiais.

Neste calendário, devemos colocar todos os jogos dos dois campeonatos nacionais, o campeonato brasileiro e a Copa do Brasil. Na minha opinião, a fórmula de disputa do campeonato brasileiro pode ser a de pontos corridos, ou a fórmula de vários torneios sulamericanos, o clausura e apertura, ou seja, campeão do primeiro turno e campeão do segundo turno. Se forem diferentes, tem 2 jogos finais, se for o mesmo time, é declarado campeão quem ganhou os dois turnos.

A Copa do Brasil deveria ser resgatada da sua mediocridade atual: todos os times das 3 ou 4 divisões brasileiras deveriam disputar este torneio, mais os campeões estaduais do ano anterior. Deste modo, a Copa do Brasil demandaria, com 128 times, no maximo quatorze jogos.

Há vários detalhes para a Copa do Brasil: quem jogaria, quando os grandes entrariam, goleada no primeiro jogo elimina o segundo, etc. Todos estes detalhes são exatamente isto, DETALHES. O que importa são as datas: 14 datas no máximo.

O campeonato brasileiro com vinte clubes demanda 38 datas. Com final, 40 datas. Vamos nos ater ao máximo, 40 datas.

Somando os dois torneios nacionais, temos 54 datas para torneios nacionais, para serem jogados durante 10 meses.

Além dos torneios nacionais, temos os torneios continentais. Na América do Sul, temos dois torneios continentais, que no Brasil não são jogados pelos mesmos clubes: A Libertadores e A Sulamericana. Para a Libertadores, o número máximo de datas necessárias são: seis jogos na primeira fase, mais oito nas finais, totalizando 14 datas.

Ou seja, precisamos agora de 68 datas para os jogos, ao todo. Ora, em dez meses, temos cerca de quarenta e dois finais de semana, que poderiam ser usados para cobrir todas as datas do campeonato brasileiro. As datas do meio de semana poderiam ser usadas para a Libertadores, Sulamericana e Copa do Brasil, reservando algumas datas no calendário para outros torneios (RECOPA, Copa Suruga, e outras).

Além disso, ainda temos o mundial de clubes, que demanda cerca de vinte dias. O mundial de clubes deveria ser jogado no período de férias de todos os clubes, a exceção de quem vai jogá-lo. É óbvio que, com isto, o clube que joga-o terá sua pré-temporada atrapalhada no ano seguinte, mas isto é normal para clubes que jogam tantas vezes, e que disputam tantos títulos, e na prática não ocorre todos os anos.

Deste modo, vê-se que o calendário para os clubes que disputam as três primeiras divisões do futebol nacional é bastante simples: clubes da primeira divisão disputam os nacionais mais os sulamericanos. Clubes da segunda e terceira disputam os nacionais.

A quarta divisão poderiam ser uma divisão de acesso nacional, disputada por campeões estaduais com interesse em chegar a terceira divisão do ano seguinte, no formato de copa (mata-mata). Esta quarta divisão deveria ser jogada no final do ano, após conhecidos os campeões regionais daquele ano.

Os campeonatos regionais devem continuar existindo, mas sendo jogados apenas por times que não jogam as três primeiras divisões. Desta forma, regionalmente os clubes poderiam organizar um campeonato regional e uma copa regional, nos moldes do nacional. Campeões regionais poderiam subir para as divisões nacionais participando da quarta divisão  nacional, ao final do calendário regional. a quarta divisão poderia durar cerca de trinta dias, para decidir quais clubes sobem para a terceira divisão, e quais da terceira jogarão os torneios estaduais no ano seguinte.

Desta forma, racionaliza-se também os regionais: eles continuam existindo, e terão sua importância regional. Rádios e TVs de abrangência local poderiam transmití-los, e os times teriam reais condições de serem campeões (ao contrário do momento atual, em que times menores não tem nenhuma chance de crescer ou ganhar).

Alguns comentários

- Conciliar as datas. Um time que chega nas finais da Libertadores teria que atrasar seus jogos da Copa do Brasil, um time que chega nas finais da Sulamericana deveria adiantar seus jogos da Copa do Brasil. Mas com tantas datas disponíveis, com certeza é trivial intercalar os torneios.
- Outro benefício de um calendário normal é que, em dias de amistosos de seleção, os torneios devem parar. O mesmo ocorrendo em torneios como a Copa do Mundo, a Copa América e a Copa das Confederações.
- A questão de usar um calendário europeu ou brasileiro também é relevante. Creio que o calendário europeu é melhor hoje, porque permitiria que os clubes brasileiros realizassem torneios de pré-temporada mais interessantes. Além disso, em anos de copa do mundo e copa das confederações, o calendário brasileiro fica extremamente penalizado, visto que os torneios são interrompidos no meio. Se o campeonato brasileiro fosse em dois turnos, esta interrupção no meio não seria tão grave, visto que os pontos seriam zerados de um turno para outro, com o total de pontos sendo usado para dar vantagem a algum dos times no caso de final.

Num outro post posso publicar um calendário de exemplo, para demonstrar que toda esta mudança é simples, e provavelmente benéfica para todos os times brasileiros, tanto os grandes quanto os pequenos.